Sabemos que a perda de um ente querido é sempre dolorosa, mas você já imaginou que ela pode trazer esperança de vida para outras pessoas? A campanha Setembro Verde tem o intuito de sensibilizar a população para a doação de órgãos e tecido. Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser a única oportunidade de um recomeço para as pessoas. É importante saber que para se tornar um doador você não precisa deixar nada por escrito, mas é necessário comunicar à família o desejo de doação.
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão ou tecido. Também é possível ser doador em vida, sem comprometer a saúde. Nesses casos, a pessoa doa tecidos, rim e medula óssea. Ocasionalmente, você também pode doar parte do fígado ou do pulmão.
Quais órgãos podem ser doados?
- Coração: o transplante só pode ser realizado por meio de um doador falecido, com morte encefálica constatada. O transplante de coração é recomendado a pessoas com insuficiência cardíaca e que não respondem a nenhum tratamento ou cirurgia.
- Válvulas cardíacas: esse tipo de transplante é indicado para pessoas com doenças da válvula do coração. Em alguns casos, não é possível usar para transplante o coração de um indivíduo que teve morte encefálica, porém, as válvulas podem ser doadas e mantidas em um banco de válvulas, onde são mantidas durante anos.
- Fígado: é um órgão que tem a capacidade de regenerar-se, por isso, o doador pode doar parte de seu fígado, em vida. Esse tipo de transplante é realizado principalmente em casos de cirrose hepática.
- Pulmão: esse tipo de transplante é indicado para pessoas com doença pulmonar grave, tais como fibrose cística, pulmonar e enfisema. Em situações especiais, uma parte do pulmão pode vir de um doador vivo e são necessários dois doadores para um receptor.
- Ossos: implantes dentários, transplantes para lesões da coluna e próteses são alguns tipos de transplantes para ossos, que podem ser realizados por meio de cirurgias simples. Os ossos doados podem ser mantidos em um banco por um longo período.
- Medula óssea: é responsável por produzir componentes do sangue e é usada para a cura de doenças que afetam as células do sangue, como a leucemia. A doença da medula óssea é a única forma de doação que mantém um banco de doadores e que também é permitida a crianças e gestantes.
- Rim: os rins, por serem dois, podem ser doados tanto em vida quanto após o falecimento. A doação do rim geralmente é feita para pessoas com hipertensão, diabetes, insuficiência renal crônica, entre outras doenças renais.
- Pâncreas: esse tipo de transplante é feito a partir de doadores falecidos e geralmente é realizado junto com o transplante de rim, pois o pâncreas é um órgão que atua na digestão dos alimentos e também na produção de insulina, elemento responsável pelo equilíbrio dos níveis de açúcar no sangue. O transplante é feito em pessoas com diabetes e sérios problemas renais.
- Córneas: o transplante só pode ser feito a partir de doadores falecidos, com idade entre 2 a 80 anos. Ceratocone e distrofia do endotélio são algumas das doenças graves que podem afetar a córnea, parte do olho que controla a passagem de luz para a retina.
- Pele: a doação pode ser feita por pessoas falecidas ou aquelas que removeram partes da pele em cirurgias estéticas. O transplante de pele é recomendado em caso de pessoas que sofreram extensas queimaduras ou doenças dermatológicas graves.
É importante ressaltar, por exemplo, que não existe um mercado negro de órgãos, e que todas as religiões enxergam a doação como um ato de caridade e amor ao próximo. Além disso, os transplantes ocorrem através de uma cirurgia tradicional e ao fim do procedimento o corpo é reconstituído, podendo ser velado normalmente. A doação de órgãos e tecidos pode ocorrer após a constatação de morte encefálica, que é a interrupção irreversível das funções cerebrais, ou em vida.
No primeiro caso, o doador é capaz de salvar mais de vinte pessoas, podendo doar córneas, coração, fígado, pulmão, rim, pâncreas, ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões e cartilagem. O doador em vida, por sua vez, deve ter mais de 21 anos e boas condições de saúde. A doação ocorre somente se o transplante não comprometer suas aptidões vitais. Rim, medula óssea e parte do fígado ou pulmão podem ser doados entre cônjuges ou parentes de até quarto grau com compatibilidade sanguínea. No caso de não familiares, a doação só acontece mediante autorização judicial.
Percebeu como a sua doação pode devolver a esperança de vida a outras pessoas? Converse com a sua família e seja um doador de órgãos.
Fonte: ADOTE